Em O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro mostra como, através da mistura de "raças", foi-se constituindo a identidade cultural, identidade essa que tem matrizes fincadas, segundo o filme, na figura do índio ( Matriz Tupi), do português ( Matriz Lusa) e do negro ( Matriz Afro). Apesar dessa construção ter sido derivada de diferentes origens, o povo brasileiro se comporta como um povo uno, com identidade própria ratificada na mistura de diferentes povos.
No episódio Brasil Crioulo, Darcy mostra que o Brasil Crioulo teve início nos engenhos de açúcar, onde o negro não tinha espaço para uma constituição familiar, e mesmo quando livre, continuava a depender do sistema. Esse sistema açucareiro era baseado no latifúndio, na monocultura e no trabalho escravo, onde porém, a massa trabalho não ingressava numa economia de consumo.
Quando comparado ao sistema feudal, Darcy explica as diferenças. O sistema feudal se caracterizava pela auto-suficiência, em que o senhor queria zelar pela sobrevivência do feudo. A função do povo era a de sobreviver de acordo com a sua concepção de vida. Já na vida do açúcar, o trabalhador rural não tinha nenhuma perspectiva de possuir terras, eles buscavam apenas uma melhora na sua condição de vida. Era presente uma imutabilidade social. Ele se assemelhava a um trabalhador de fábrica, cuja função é gerar lucro. Esses dois sistemas apenas se assemelham na forma como seus senhores exerciam o poder.
Perfeito cara, gostei do texto bem resumido e articulado, acabei de chegar no blog, kkk parabéns esta me ajudando muito!
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