Documentário
que retrata a extrema desigualdade econômica do Brasil. O documentário trata
especificamente do cotidiano dos catadores de lixo do vazadouro de Itaoca em
São Gonçalo, a 40 km do Rio de Janeiro. A falta de oportunidades reais de
emprego levam várias famílias a viverem do lixo. Um documentário emocionante
com personagens reais que sentem na pele a miséria, a humilhação, mas que carregam a vontade de sobreviver
honestamente.
O cenário, à
primeira vista, pode chocar: um ponto de escoamento de lixo em São Gonçalo,
município do Rio de Janeiro. Seringas usadas, comida em estado de decomposição,
um estado de miséria absoluta. Pessoas selecionam objetos e comida que possam
ser reaproveitados; o que foi rejeitado por uma pessoa serve como fator de
sobrevivência para esta.
O cenário desalentador não exprime o estado
de espírito dos catadores. Há um conjunto de integridade e valores que superam
todo aquele estado, e a câmera de Coutinho é a responsável por essa
aproximação. Alguns negam que comem coisas do lixo (mesmo que a câmera os
desminta), outros afirmam com orgulho; uns estão ali por falta de oportunidade,
outros por opção: “(…) é melhor do que ter patrão (…)”. O filme se desvincula
da pretensão de registrar um contexto adverso aos padrões de uma sociedade
respeitadora dos direitos dos seus cidadãos e arranca dela contradições e
ambigüidades, que por sua vez, são capazes de redimensioná-la e reinventá-la.
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